Healthy Head — Ajudando os brasileiros a encontrarem atendimento psicológico com telemedicina
Como utilizamos o UX Design para aproximar psicólogos e pacientes em tempos de distanciamento social.
O desafio
A equipe formada por Danilo Oliveira, Giliel Silva, João Victor Gonçalves e Julia Moura se propôs a resolver o desafio de ajudar os brasileiros que precisam de atendimento psicológico ou psiquiátrico por meio da telemedicina.
Como aproveitar as oportunidades da telemedicina para melhorar a saúde dos brasileiros que precisam de ajuda psicológica ou psiquiátrica?
O cenário atual
Com a chegada da pandemia do novo Corona vírus, os atendimentos presenciais, já não estão sendo viáveis, tanto para pacientes quanto para psicólogos. No Brasil, antes de 2020, era proibido por lei qualquer tipo de atendimento médico remoto, porém, com o isolamento social, a lei teve que mudar. No dia 16 de abril de 2020, foi aprovado a Lei 13.989 que permite a realização da tele consulta.
Desde então a psicologia remota vem crescendo exponencialmente. De acordo com a revista veja, o número de atendimentos online da Startup Vittude pulou de 22.000 para 130.000 em apenas quatro meses.
Porém, muitas pessoas ainda se encontram inseguras em relação a psicologia remota, existem, por exemplo, pacientes que não continuam o tratamento (antes presencial) pelo desconforto de não conseguir interagir de fato com o psicólogo.
Durante a pandemia, as pessoas tendem a passar a maior parte do tempo em suas casas para manter o isolamento social. Ocorre que, para alguns, existem fatores no isolamento que influenciam drasticamente suas rotinas, o que pode resultar em transtornos psicológicos. Esse dado foi divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na cartilha Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia Covid -19.
Objetivo do produto
Aumentar, até junho de 2021, o número de consultas remotas com psicólogos, dobrando o número de atendimentos em relação ao número de consultas realizadas no ano anterior. Por exemplo, se um psicólogo atendia 10 pacientes presencialmente no ano de 2020, agora, remotamente, ele consegue alcançar 20 pacientes.
Business Model Canvas
Nossa estratégia de negocio foi baseada na ferramenta Business Model Canvas. Uma ferramenta ágil e de extrema flexibilidade!
Usuários
Existem dois usuários possíveis para o nosso produto, o primeiro é o psicólogo, que vai atender as pessoas pela plataforma, e o segundo é o paciente, que vai receber o tratamento, esses dois usuários são a base do produto, sem um, o outro não existe. Nós validamos as nossa personas com as pesquisas que estão logo abaixo.
Contexto
Marina tem 32 anos e, antes da pandemia, nunca tinha feito consultas online. Com a chegada do Novo Coronavírus, ela se viu perdida em relação ao que faria, pois não poderia mais fazer consultas psicológicas presenciais. Agora ela procura meios para se conectar aos seus pacientes de uma forma eficiente e segura.
Contexto
Luíza tem 22 anos e tenta ser melhor a cada dia, mas se sente exausta. Ela é uma estudante preocupada com seu futuro, está passando por problemas familiares e tem se sentindo desanimada e ansiosa. Ela quer melhorar, porém, não tem ideia do que fazer ou por onde pedir ajuda, além de não saber se consegue pagar pela terapia.
Jornadas de usuários
Primeira etapa de validação
Nós adotamos duas etapas de pesquisa para validação das personas, a primeira foi uma pesquisa quantitativa com um formulário de perguntas e respostas (Google Forms), e a segunda foi uma pesquisa qualitativa, que foram entrevistas por chamada de voz (Google Meet).
Nós tínhamos várias suposições e algumas dúvidas a respeito das nossas personas. Com o formulário conseguimos validar a maioria das suposições, e as entrevistas ajudaram a validar o que faltava.
Utilizamos os gráficos de Matriz CSD (Certeza, Suposição e Dúvida) e IC (Impacto x Conhecimento), para definir nossas hipóteses e o impacto que elas teriam no nosso trabalho.
Pesquisa Quantitativa
Nossa pesquisa foi feita por meio de um formulário de questões (Google Forms), em que fizemos perguntas objetivas, com respostas que nos ajudariam a validar nossas suposições. No formulário conseguimos respostas de 83 pessoas, entre elas, 12 psicólogos e 71 não psicólogos. Sabemos que o número de psicólogos não foi o ideal para a pesquisa, mas decidimos arcar com esse risco.
Fizemos perguntas objetivas, que nos ajudaram a validar várias hipóteses, e invalidar algumas também. Achávamos, por exemplo, que os profissionais tinham dificuldades em divulgar seu trabalho, porém, com a pesquisa, descobrimos que a maioria não tem essa dificuldade na realidade.
Houveram hipóteses mais difíceis de validar, pois seriam respostas mais complexas que talvez não pudessem ser explicadas no formulário, por isso, disponibilizamos, no final das questões, um espaço para que quem tivesse disponibilidade em nos ajudar com mais informações deixasse um meio de contato (e-mail, número de celular etc.) para fazermos, posteriormente, uma entrevista mais aprofundada.
Pesquisa Qualitativa
Fizemos entrevistas pelo Google Meet para aprofundar a pesquisa, entrevistamos 9 pessoas, entre elas, 2 psicólogos e 7 não psicólogos, dessa vez fizemos perguntas mais pessoais, por exemplo, “Por que você prefere consultas online? Aponte pontos positivos.” Essa pergunta nos ajudou a perceber por que as pessoas se sentiam mais confortáveis tendo consultas sem precisar sair de casa. Com as respostas que conseguimos, nós percebemos que:
- As pessoas fazem consultas online, principalmente porque é mais cômodo;
- A maioria das pessoas que fazia consultas presenciais migrou para o formato remoto em decorrência da pandemia;
- Falta de dinheiro para consultas é comum entre pacientes;
- É comum que psicólogos façam consultas sem cobrar.
Alternativas de solução
Nós pensamos em diversas soluções, é claro que não poderíamos desenvolver todas elas, considerando, principalmente, o tempo que levaríamos para fazer tudo, por isso, precisávamos priorizar nossas ideias, para realizarmos o que seria mais compatível com o nosso planejamento. Para isso, nós usamos um gráfico de Matriz IE (Impacto x Esforço), depois decidimos priorizar as opções que nos dariam grande impacto e baixo esforço, isso não quer dizer, é claro, que deixaríamos de fazer as outras, mas essas ficarão para o futuro.
Consideramos que o alto impacto era o que deveríamos priorizar pois faria grande diferença no produto final, já que:
- Estamos propondo uma plataforma fácil e intuitiva;
- Estamos fazendo funcionalidades simples e diretas, que geram impacto para a captação do público alvo;
- Nosso público alvo são psicólogos e não psicólogos de todas as idades, o que aumenta o rendimento financeiro.
A solução
Nós concluímos que, para a nossa solução, o ideal seria uma plataforma mobile onde os psicólogos e os pacientes teriam um espaço destinado para consultas, um chat para eventuais conversas, alguns espaços destinados ao psicólogo (por exemplo, uma área onde ele poderia aceitar ou recusar consultas) e outros destinados ao paciente (por exemplo, os horários disponíveis de um determinado psicólogo).
Primeiro teste de usabilidade
Nós primeiro desenhamos um protótipo no papel, e fizemos uma navegação simples em um aplicativo de celular (Marvel), a partir disso, fizemos o nosso primeiro teste de usabilidade com 8 pessoas. Pedimos algumas tarefas simples e objetivas: entrar na conta e depois agendar uma consulta com um psicólogo.
Você pode conferir o primeiro protótipo de navegação clicando aqui!
Depois, com os resultados que obtivemos, fizemos algumas mudanças (ainda no papel) e novamente aplicamos testes de usabilidade. Os novos testes comprovaram que as mudanças realizadas melhoraram a navegação dos usuários. Estes são os nossos protótipos finais para a aplicação:
Wireframe
Com o protótipo finalizado, seguimos para a construção da nossa aplicação. Começamos a fazer o wireframe seguindo como exemplo os desenhos que havíamos feito no papel. Este é o wireframe finalizado:
Benchmark visual
Agora que temos a solução e as funcionalidade que iriamos implementar testadas, recorremos ao benchmark para fazer as nossas decisões de UI.
Nossas decisões foram diretamente impactadas pelos resultados encontrados da análise do benchmark. A seguir são apenas fundamentos básicos que usamos como base nas tomadas de decisão.
UX Writing
Também tivemos um cuidado com o tom de voz e as palavras que usaríamos no aplicativo, visto que abordamos um assunto tão delicado quanto a saúde mental.
Guia de estilos
No guia de estilos optamos por um design simples, objetivo e que fosse prático para qualquer pessoa entender, com cores que agradassem os olhos e transmitissem bons sentimentos.
Cores
Segundo estudos, o azul é a cor preferida mundialmente. O azul transmite sentimentos de calma e, portanto, ajuda as pessoas a ficarem mais tranquilas e focadas, além de estar associado a simpatia, harmonia e fidelidade.
Tipografia
Open Sans é uma família de fontes sem serifa e é conhecida pela sua excelente legibilidade. A Google descreve a fonte como “moderna, mas amigável” e “humanista”. A família de fontes inteira está oficialmente disponível para download gratuito em sites como o Google Fonts e Adobe Fonts.
Botões
Especialistas afirmam que retângulos que possuem cantos arredondados são melhores do que retângulos com bordas afiadas no que diz respeito a facilidade dos olhos processarem, pois pedem menos esforço cognitivo e processamento visual. A imagem circular é processada mais rapidamente, e por isso, nós optamos por botões com cantos arredondados.
Componentes de formulários
Protótipo de Alta Fidelidade
Com base no wireframe e no guia de estilos elaborado, criamos um protótipo de alta fidelidade e também o fluxo do usuário.
Quer conferir a navegação do aplicativo? Clique aqui!
Obrigado,
Equipe Dinamite.
Danilo Oliveira | UX/UI Designer